Proteína animal e Marketing

Por Rodrigo Capella

A relação entre o marketing e as empresas de proteína animal nunca esteve tão próxima e sólida. Se antigamente, as ações de divulgação deste importante segmento do agronegócio se limitavam basicamente as marcas que tinham grande alcance no varejo, hoje as iniciativas são protagonizadas também pelas companhias que atuam fortemente no B2B, ou seja, na venda de soluções e insumos mais concentrada e direcionada para outra empresa.

Os motivos para o marketing ter esta maior adesão são variados, mas estão principalmente centrados na mudança de comportamento dos gestores de empresa avícola, mais impulsionados a aderir as plataformas digitais, e na constante alternância dos fatores determinantes para a compra final, tais como valorização da qualidade e potencialidade dos benefícios.

Atrelado a isso, o conceito de que o “produto se vende sozinho” está em baixa, devido às maiores e mais claras exigências dos clientes e a uma maior efetivação de outros tipos de marketing, que ganham a mesma evidência do marketing de relacionamento, em grau e abrangência comunicacional.

Dentro deste contexto, sobressaem-se o marketing de conteúdo (MC), marketing de influência (MI) e o marketing de experiência (ME). A tabela a seguir sintoniza a atuação destas atividades em relação ao alcance, ao impacto e a relevância, tomando como base fatores de 1 (baixo) a 3 (alto).

Observa-se, e não foi por acaso, que cada um dos estilos de marketing obteve 07 pontos totais, com o objetivo de demonstrar que todos são amplamente eficazes e que os objetivos do plano de comunicação, a mensagem-chave e as estratégias comunicacionais devem nortear a escolha de um ou mais conceitos de marketing, respeitando, é claro, que as ações online e offline são complementares e convergentes.

Ressalta-se, então, após fundamental explicação, que a definição de cada vertente de marketing também fornece subsídios para a necessária e importante tomada de decisão contínua e diária.
O Marketing de Conteúdo, aqui evidenciado, baseia-se, e não somente, na divulgação de informações centradas em dicas e orientações, com foco em uma melhor nutrição, por exemplo, no âmbito da suinocultura e avicultura.

Já o marketing de experiência apoia-se em oferecer ao cliente um momento único e impactante como, de alguma forma, perceber benefícios e intensidade de um aditivo nutricional, com a realização de um jogo ou apresentação de mesa demonstrativa em um estande de evento.

O outro marketing, o de influência, tem como destino propagar conhecimento, por meio de um porta-voz engajado no agronegócio, que utiliza como suporte as suas redes de contato, sejam elas digitais, não-digitais ou em ambos os caminhos. Neste estilo de marketing, há a possibilidade de se criar séries com foco em alta produtividade ou compartilhar cartilhas para ajudar os gestores avícolas no êxito de suas atividades complexas.

Este estilo de marketing tem, entre seus suportes, as redes sociais, importantes ferramentas para a concretização das ações de influência. Destacam-se, neste sentido, o LinkedIn, Instagram e Twitter, representados na tabela abaixo em relação a credibilidade, engajamento e impacto, obedecendo o mesmo conceito anterior de 1 (baixo) e 3 (alto).

Neste caso, e levando em conta a adesão no agronegócio, mais especificamente em proteína animal, ganham efetiva evidência o LinkedIn e o Instagram, que apesar de redes distintas, ditam boa parte do ritmo nas esferas digitais, propiciando alta difusão de mensagens e elevada relevância comunicacional.

O cenário, aqui exposto, não traz uma brusca ruptura, mas sim retrata com ênfase alternativas e ferramentas que já estão parcialmente em curso. Os últimos meses, amparados por profundas indagações, contribuíram para que empresas se apoiassem em variados estilos de marketing, comtemplando, em ótimas oportunidades, o MC, MI e ME, aqui detalhados.

Daqui em diante, há grande probabilidade de ações com foco em resolução efetiva de problemas de clientes e possíveis clientes, atividades que gerem economia de tempo e análises que contribuem para diagnósticos surjam com mais exatidão e intensidade.

Isso é bom porque estas ações entregam intenso valor e preenchem lacunas relacionadas aos anseios de quem receberá a mensagem.

No entanto, cabe alertar que, para o marketing ser amplamente eficaz, mais importante do que divulgar uma informação, é conhecer de forma precisa todas as etapas e estratégias envolvidas, ou seja, como e porque você quer divulgar determinado dado.

Afinal, a divulgação pela divulgação pode até trazer benefícios, mas muitas vezes você não saberá identifica-los. Ao conhecer todo o processo, você terá a chave. E chaves abrem portas, certo?

Obs: este artigo foi publicado originalmente na Avisite e Ovosite.


Rodrigo Capella é Diretor Geral da Ação Estratégica, empresa de comunicação e marketing com ampla experiência no segmento de agronegócio.

Pós-graduado em Jornalismo Institucional, Capella é escritor, palestrante e também ministra cursos e treinamentos sobre comunicação digital.  E-mail: capella@acaoestrategica.com.br