A inovação e o agronegócio
Por Rodrigo Capella
A possibilidade de um diálogo ainda mais estreito entre Brasil e Israel, durante o governo Bolsonaro, tem intensificado a discussão em torno de um tema fundamental para o nosso agronegócio: a inovação.
Referência mundial em produção de alto nível, apesar das condições extremamente adversas, Israel utiliza um eficaz e moderno sistema de irrigação por gotejamento para plantar no deserto.
Em Negueve, situado no Sul de Israel, são produzidos morangos e uvas, entre uma considerável variedade de frutas. Mas, o país também se destaca em flores, trigo e até em leite.
Detalhe: a produção não é destinada somente para o consumo interno. Israel tem destaque mundial, por exemplo, na exportação de frutas e vegetais.
Outro ponto interessante deste país é o constante incentivo e a vocação para o nascimento de startups, empresas de tecnologia. O agronegócio se beneficia diretamente deste momento.
Além do avançado sistema de irrigação, já comentado neste artigo, o país se destaca também em aves e pecuária (com soluções que melhoram a gestão e contribuem para o bem-estar), fazenda inteligente (softwares para ajudar na tomada de decisões dos agropecuaristas e tecnologias de ponta, como drones, sensores e câmeras) e aquacultura (soluções importantes para alimentação e gerenciamento de doenças dos peixes), entre várias outras áreas e tipos de soluções.
A análise de dados, ponto fundamental para qualquer evolução agrícola, também se faz muito presente em Israel. Afinal, dados coletados não têm a menor utilidade se não forem muito bem estudados, analisados e comparados.
Diante deste contexto, o Brasil tem muito a aprender com Israel. Ainda estamos nas fases iniciais – mas, muito animadoras – da tecnologia no campo. Conceitos já muito difundidos neste país, começam a ter protagonismo no Brasil, como a Agricultura 4.0, que alia a saúde pública, meio ambiente, conectividade e tecnologia, e a Rastreabilidade, que permite ao consumidor rastrear a origem de um determinado produto, realizando a leitura de um código QR Code.
Precisamos avançar fortemente. O Brasil tem características, de solo e de clima, muito mais favoráveis do que Israel, e vive um interessante momento: as novas gerações de agropecuaristas estão totalmente conectadas com o ambiente digital e querem informações em tempo real. O momento é mais do que oportuno. Que os próximos anos sejam cada vez mais tecnológicos!
Rodrigo Capella é Diretor Geral da Ação Estratégica, empresa de comunicação e marketing com ampla experiência no segmento de agronegócio.
Pós-graduado em Jornalismo Institucional, Capella é escritor, palestrante e também ministra cursos e treinamentos sobre comunicação digital. E-mail: capella@acaoestrategica.com.br
