As cooperativas do agronegócio

Por Rodrigo Capella

É impressionante como a força do cooperativismo vem, ano a ano, se destacando dentro do agronegócio brasileiro. Com a máxima “juntos somos mais fortes”, produtores, de diversas atividades, trabalham unidos em prol de demandas, atividades e estratégias, contribuindo para que a produção de determinada região se sobreponha.

Se no início, o fortalecimento da tecnologia foi visto, por muitos especialistas, como um competidor deste movimento cooperativista; hoje está claro que ferramentas digitais são verdadeiras aliadas. Se bem utilizadas, auxiliam no aumento da produtividade, impulsionam uma melhor rentabilidade e ajudam na tomada de decisão diária das cooperativas.

Em conversa recente, o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas, me disse que as cooperativas brasileiras têm muitos desafios. “O primeiro é conviver neste mundo das disrupturas, provocando disrupturas, mas sem ser atropelados por elas”.

As cooperativas do agronegócio
Foto: freepik – autor jcomp

Acredito que este contexto disruptivo seja muito complexo e que Freitas não esteja falando somente sobre as tecnologias, mas também sobre diversas demandas impulsionadas pela nova geração de produtores rurais e pela sociedade em geral.

Uma possibilidade é as cooperativas manterem uma relação muito estreita e ágil com outros países, com o objetivo de fazer um intercâmbio de produção e também de captar eventuais necessidades.

Este tipo de relacionamento poderá contribuir para um melhor aproveitamento do solo e também para uma ainda melhor organização, visando, se este for o objetivo, uma exportação de diversos produtos.

Outro ponto interessante são os exemplos internos, muitas vezes não estudados ou não absorvidos. O curioso é que, em muitos casos, profissionais de muitos países se atentam mais a eles – nossos exemplos internos – do que nossos produtores brasileiros.

Um encarregado de negócios da Arábia Saudita me disse, na última Agrishow, que estava em busca de informações e tecnologias que contribuíam para que uma propriedade tivesse três colheitas por ano. No Brasil, temos exemplos interessantes, envolvendo, principalmente, soja, milho safrinha e trigo.

O futuro é, então, promissor e precisamos torcer pelo constante fortalecimento das cooperativas. Com elas modernas e ainda mais efetivas, teremos uma oportunidade única de tornar o Brasil uma sólida e eficaz economia.


Rodrigo Capella é Diretor Geral da Ação Estratégica, empresa de comunicação e marketing com ampla experiência no segmento de agronegócio.

Pós-graduado em Jornalismo Institucional, Capella é escritor, palestrante e também ministra cursos e treinamentos sobre comunicação digital.  E-mail: capella@acaoestrategica.com.br